A temporada de enxurrada de conteúdo acabou!
Ainda há resquícios nas redes sociais sobre a verborragia intensificada pelo isolamento social, mas os números e indicativos de retorno e engajamento têm deixado cada vez frustrados empresas e produtores de conteúdos que depositaram todas as cartas em produzir primeiro, surfando na onda do “tudo é post” e depois pensando se será eficiente diante do que é o objetivo esperado com aquela rede ou canal (estratégia).
Do outro lado, dos que recebem a informação, há irritabilidade e impaciência com conteúdos aleatórios e, cada vez mais, a retenção é menor e o distanciamento também.
É fato, a mente humana não suporta mais tanta informação de tantas frentes, entrando pelos ouvidos, olhos e, muitas vezes, sem sequer pedir licença. O fast content está comprometendo nossa sanidade mental, já nos atentamos para isso, e o slow content é o que assegurará a continuidade nas relações e interações com nossos públicos e entre pessoas e interesses nas redes sociais e mídias.
Aliás, um parêntese: a rede social está abrindo espaço para o entretenimento. A fase de entrar na rede social para buscar pessoas, essência do Facebook, acabou. A própria opção de escolha se quero ver as publicações das pessoas que sigo apenas ou se aceito indicações do algoritmo estabelecidas recentemente pelo Instagram já é um movimento neste sentido.
Cada vez mais estamos convencidos que nosso bem mais precioso é o tempo e, por isso, queremos utilizá-lo em linha com nossos interesses, objetivos, e de forma que algo nos agregue de fato.
Então, diante disso, você deve estar se perguntando: Então a rede social acabou? Não preciso mais estar nelas e colocar meu negócio nelas?
De forma alguma. A interação via mídias sociais e ferramentas digitais não acabou e não acabará. O que muda é a forma de nos apropriarmos dela e utilizarmos de forma assertiva, com estratégia, respeitando o outro e a nós mesmos.
Se você se incomoda com panfletagem digital, anúncios, ligações de telemarketing, mensagens via WhatsApp de pessoas que nem conhece e se sentem à vontade em te abordar como se fosse seu familiar ou amigo próximo, como achar que do outro lado, de quem recebe a informação, seria diferente?
O que separará as marcas que prevalecerão com autoridade e funcionalidade nas redes das que estarão gastando tempo, dinheiro e energia falando sozinhas é a estratégia no conteúdo e na ação.
Conhecer os públicos com quem se quer relacionar e onde eles estão é o primeiro passo.
Entender o que faz sentido e o que não faz sentido, ou agrega, a tais públicos é outro passo.
Estar presente com conteúdo relevante, e não apenas estar por estar, é o terceiro passo.
Por Carolina Denardi para a coluna mensal no Observatório da Comunicação Institucional. Clique e leia mais.